Quando você pega uma obra de uma mídia e passa para outra,
logicamente é necessário fazer adaptações, pois afinal nem tudo que funciona
no livro/gibi/game também vai ficar legal em uma versão animada ou live-action.
Porém, toda a obra tem a sua base, a sua essência e se você mexer demais
nisso, a obra em questão deixa de ser o que é, se torna uma coisa diferente.
E quando isso acontece, o próprio sentido da adaptação em si se perde.
Por exemplo, se você é um leitor do Homem Aranha e é fã do personagem,
deve ter se identificado com os problemas amorosos e financeiros dele, de
como a sua vida de super-herói atrapalha a de Peter Parker.
Então quando esse personagem é adaptado para outras mídias, é lógico
que você espere que as mesmas características das HQs, que fizeram você
gostar do personagem, sejam também adaptadas, mas quando isso não ocorre
o personagem como já disse perde a sua essência, as características que
fazem ele ser quem é.
Por isso tanta gente critica o Homem Aranha do MCU, já que essa versão
pouco lembra o Homem Aranha dos quadrinhos.
Como eu já disse, adaptações são necessárias sim, inovações também
são bem-vindas, mas só se essas mudanças não mexerem na estrutura da
obra.
Nos últimos anos, temos visto muitos filmes e séries de super-heróis e notei
que uma grande parte deles mudam demais os personagens na hora de adaptar.
Tem gente que não se incomoda com isso, com alguns dizendo que pra
fazer uma versão do personagem basta o nome e o visual e outros
se o personagem for obscuro ou esquecido, a pessoa que adapta
pode fazer o que quiser com ele, já que "ninguém liga".
Sim, as pessoas tem direito de pensar dessa forma, mas
eu sinceramente discordo.
(Adaptações recentes que provam o meu ponto).
O Superman da CW e o Aranha do PS4, provam o que eu estou dizendo.
Ambas são releituras modernas dos personagens e trazem inovações,
como um Superman casado e com filhos (coisa relativamente recente
das HQs) e um Aranha extremamente tecnológico como o do MCU,
mas a base do que esses personagens são está lá.
Quem gosta das versões das HQs consegue ver muita coisa delas
na série e no game, que apesar de inovarem não descaracterizaram
os heróis.
E isso o que eu quero dizer aqui, respondendo a pergunta que
abre a postagem, sim um diretor, um roteirista pode sim fazer mudanças,
colocar um pouco da visão dele, mas a estrutura, o que faz o personagem ser quem é,
não deveria ser mexida.
(Shang-Chi e Vigilante, outras adaptações recentes radicais demais).
Dando continuidade, o Shang-Chi dos quadrinhos (ou Mestre do Kung-Fu pros velhos),
tinha histórias com um estilo muito forte dos filmes de artes marciais dos anos 70
(Bruce Lee em destaque é claro) e também tramas de espionagem.
Ele era isso e praticamente nada disso foi levado ao MCU,
fazendo dele um personagem bem diferente.
O mesmo caso do anti-herói Vigilante na recente Pacificador de
James Gunn.
De um "Justiceiro da DC", ele se tornou quase como um Deadpool
ou algo assim.
E aqui também tem duas questões.
Se a nova versão deu certo, importa se ela é fiel ou não?
E personagens obscuros podem ser adaptados da maneira
que acharem melhor, afinal ele é desconhecido, não é?
Bem, pra começar, Shang-Chi foi um sucesso em plena pandemia
e o Pacificador também parece está indo relativamente bem
com o público, o que pra muita gente comprova que fidelidade
não importa e sim se a adaptação agrada ao público em geral ou
não.
E é aí, que entra outra coisa.
Sim, algumas vezes mudar radicalmente os personagens agrada ao público,
porém na minha opinião, quando uma versão totalmente diferente do herói
faz sucesso, é essa versão exclusiva que fez sucesso e não o herói em si.
Sendo assim pra que adaptar, se você vai fazer algo extremamente diferente?
Não seria melhor criar uma obra original, pois afinal faria sucesso de qualquer
maneira não é?!
E eu também já respondi a segunda questão.
Pegar um personagem que ninguém ou pouca gente conhece e fazer
sucesso mudando totalmente ele é algo que também não gosto, pois como
já disse do meu ponto de vista você não está adaptando o personagem de verdade
e sim só usando o nome e o visual dele e sinceramente eu não considero isso como
adaptação, considero como paródia.
" - Então os diretores, roteiristas e etc não tem liberdade
pra fazer o que quiserem?" Alguns podem me perguntar
e a minha resposta é a seguinte:
Na minha opinião, quando você toma para si a tarefa
de adaptar algo, deveria levar em consideração
a essência daquela obra, pois afinal é uma adaptação
e não uma obra original.
Sim e reitero o que já disse, pode ter uma certa liberdade, pode fazer mudanças sim,
mas sem mudar demais.
Tenho amigos que não se importam com o que escrevi aqui, que gostam
das versões originais das obras e conseguem curtir também adaptações
radicais considerando tudo como uma "versão alternativa" ou algo assim,
mas eu pessoalmente não consigo fazer isso.
Provavelmente eu sou um nerd chato, he he he, mas é assim
que eu penso.
Bem, é isso, até a próxima postagem.
Entendo. Da mesma forma um livro que um estúdio paga pelos direitos mas não tem quase nada a ver com a fonte, fazendo sucesso de bilheteria ou não
ResponderExcluirVocê entendeu o meu ponto.
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