Nos últimos tempos, estamos tendo uma onda "progressista" nas
obras da cultura pop bastante preocupante.
Com histórias aonde as etnias e orientações sexuais dos personagens
são tratados como os aspectos mais importantes dos mesmos.
Sendo assim personagens antigos que fogem desse padrão
vez ou outra são alvos de ataques.
Se esses personagens então forem criações de autores com ideais
racistas (ou que pareçam racistas), a coisa ainda piora.
Nessa postagem de hoje irei comentar sobre três heróis clássicos
que hoje são considerados problemáticos pela "galerinha do bem".
Tarzan
Tarzan já foi um dos personagens mais populares da cultura pop.
Seus livros, quadrinhos e inúmeros filmes fizeram um sucesso tremendo
no passado.
Mas hoje em dia o personagem anda bem sumido.
Porém, um dos aspectos do famoso personagem surgido
na literatura geraria controvérsia se ele fosse uma obra
atual.
A ideia da supremacia do homem branco sobre as outras
etnias.
Sim, eu li boa parte dos livros de Tarzan e realmente tem uma mensagem
meio racista neles, um certo entendimento que europeus brancos são
superiores aos negros africanos, porém também é verdade que isso diminui
com o tempo na obra e Edgar Rice Burroughs, o autor de Tarzan passa
á descrever os negros de forma menos estereotipada.
Daria perfeitamente bem pra fazer novas obras de Tarzan onde esse lado
problemático fosse mudado, coisa que já aconteceu aliás na série animada
do Tarzan da Disney e no último grande filme do herói selvagem, A Lenda de Tarzan
de 2016, que abordaram as tribos africanas de forma mais digna.
Não nego que os textos de Burroughs tenham o preconceito de sua
época, mas tentar cancelar o Tarzan clássico por causa disso
é uma baita bobagem.
Fantasma
Assim como o Tarzan, o Fantasma já foi um
dos heróis de quadrinhos mais populares
do mundo.
No Brasil inclusive os seus gibis vendiam como água e eram
um sucesso absurdo, mas infelizmente com o tempo a popularidade
do Espírito Que Anda foi diminuindo e hoje toda uma nova geração
de nerds nunca ouviram falar dele.
E novamente assim como o Tarzan, o Fantasma tem
elementos problemáticos em suas histórias, como
um homem branco que é o senhor de várias
tribos de negros.
Sim, isso era esquisito e eu admito isso, mas querer cancelar
todo o personagem por causa de uma parte dele que envelheceu
mal é um baita erro.
Devemos evitar que obras atuais cometam os mesmos erros, mas nada pode ser feito
sobre as antigas, além de dá um contexto da época que elas foram feitas.
Conan
Assim como o Tarzan e o Fantasma, o famoso
Bárbaro da literatura e quadrinhos também tem o seu lado problemático, como a maneira meio machista que algumas de suas personagens femininas são retratadas (mas não todas elas, algumas são representadas como mulheres bem capazes
e fortes) e também uma questão racial, ainda que em menor
escala que os outros dois personagens anteriores.
Ao contrário dos dois primeiros dos quais são as representações
de personagens negros que são esquisitas, em Conan
o foco um tanto problemático acaba caindo um pouco nos Pictos
que são claras alusões á nativos americanos.
Como disse antes, o propósito dessa postagem não é
passar pano e sim falar que devemos entender o contexto
onde esses personagens foram criados.
Uma coisa que lacrador e identitários não conseguem fazer
de jeito nenhum é entender o contexto do tempo e o lugar
que uma história foi feita.
Claro que existem coisas que envelheceram mal,
só temos que saber compreender isso.
Por fim, não julguem personagens criados á décadas
atrás com pensamentos modernos.
Não faça isso.
Até a próxima postagem.